No
último congresso do Partido dos Trabalhadores o ex-presidente Lula se
pronunciou. Mas antes ele tivesse guardado suas palavras para si.
Na
tentativa de vincular casos sem relação e prejudicar o PSDB, Lula levou a
campanha presidencial a um patamar baixo, defendendo corruptos condenados e
comparando o mensalão ao escândalo do helicóptero da família do Senador Zezé
Perrella, associando o caso ao PSDB e ao pré-candidato Aécio Neves.
Mas
se o tom da conversa for relacionar casos, acho que Lula deverá continuar o
discurso sim, mas em outro tom.
Primeiramente,
Perrella é do PDT. Basta analisar superficialmente a história do PDT e do PT
para saber que a atual presidente, Dilma Rousseff, foi uma das fundadoras do
PDT na década de 70, mas que a convite do então presidente Lula, deixou o
partido e se filiou à bandeira 13 no ano de 2000. Se o objetivo é relacionar,
você faria a ligação de Perrella com Dilma ou dele com o Senador Aécio Neves?
Continuando
a “brincadeira” de relacionar fatos que Lula iniciou no congresso do partido,
vejamos qual partido tem mais ligação com entorpecentes. Remontando brevemente
a história do PT é fácil encontrar os relatos acerca do Foro de São Paulo,
onde PT e as FARC sentaram lado a lado e discutiram apoio irrestrito a
organização criminosa. Enquanto os militantes petistas gritaram "Sou
brasileiro e não me engano, a cocaína financia os tucanos”, Lula deveria ter
dado uma aula de história e mostrado o que os jornais não mostrarão jamais.
Em
1964 as FARC foram fundadas como um grupo guerrilheiro inspirado por Che
Guevara que queria derrubar o governo colombiano e instalar uma ditadura
comunista. Mas seus ideais se dissolveram ao banditismo na década de 80 e as
FARC assumiram um negócio mais lucrativo: tráfico de cocaína, extorsão por
sequestro e venda de armas. Lula não poderá negar, durante a explicação, que
se relaciona com os membros das FARC, pois é de conhecimento de quem quiser que
o PT os recebe em seus gabinetes, principalmente em grandes eventos. Também não
vai dizer que não conhece o ex-padre colombiano Olivério Medina. Hoje ele vive
em Brasília, pois contou com ajuda petista para não ser extraditado e julgado,
mesmo após ser acusado de ter comandado quatro ações do grupo na Colômbia que
resultaram 95 militares mortos e no sequestro de mais de 100 pessoas.

Se
vamos falar em relações, então que se fale em proporções. Vincular o PSDB à
cocaína por causa de um helicóptero de um político do PDT é absurdo se comparar
a relação do PT ao grupo que controla a maior parte do refino e distribuição de
cocaína dentro da Colômbia e que suprime o resto do mundo com essa droga.
Então, caso o Lula volte a insinuar, que ele amplie o escopo das comparações,
volte alguns anos na história e traga a baila outras informações que não são
apenas especulações, mas sim, fatos.